Confesso que tenho uma enorme resistência à educação à distância (EaD). Mas tenho lá meus motivos.
Em primeiro lugar porque eu acho que a maioria das universidades, principalmente as particulares, perderam o interesse em promover a qualidade de ensino ha muito tempo. E vejo que o que elas querem é produzir cursos a um custo baixo, pagar mal os profissionais, se entupir de alunos e tudo mais que elas, de resto já vêm tentando fazer.
Mas tem mais.
A Universidade não foi feita pra isso, mas venhamos e convenhamos, ela hoje serve para formar mão de obra. Ha muito tempo que os cursos já não estão mais divididos em áreas de saber, mas em profissões. E o pior é que, por motivos completamente alheios a formação profissional, todos os cursos tem que se adequar ao mesmo modelo de aula expositiva, tempo fixo de formação, provas para valiação. Posso apontar uns dez exemplos de cursos que se beneficiariam mais de um outro modelo de ensino mais flexível.
Confesso que pra ensinar do que jeito que anda sendo ensinado em muitas universidades nãofaz diferença se a aula for dada em vídeo ou computador, mas o problema é que o troço vai mal.
Os defensores da EaD ainda tem que me convencer de que não estão fazendo seu próprio jogo e o jogo das instituições de ensino, contra professores e alunos. Fica difícil entender porque estão tão ansiosos em montar estruturas completas de de EaD quando nem mesmo a utilizam como apoio ao ensino presencial. Um programa de ensino presencial com redução de carga em sala, melhorando o nível das aulas e fazendo o trabalho de leitura e exposição por mídia eletrônica seria algo que gostaria de ver.
Estou assustado com o rumo que as coisas estão tomando.
Paz
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