sábado, 31 de janeiro de 2009

Três dicas rápidas para fazer arte sem ter que pensar nem um pouco.

1- Como, principalmente a partir do início do século XX, a arte se tornou cada vez mais afastada da experiência direta do público com as obras, e cada vez mais se tornou objeto mediado por uma teoria e um discurso ou, como no caso do surrealismo, fruto do automatismo inconsciente. Coisa de gente sofisticada e intelectualizada. As pessoas passaram cada vez mais a acreditar que a arte boa tem que ser incompreensível. Por isso a primeira dica é: aquele que fizer algo que ninguém entenda, certamente estará fazendo arte de qualidade. Não importa nem mesmo se o autor não entender sua obra, porque basta jogar a coisa no mercado que logo vai aparecer um crítico que encontre sentido.


2- Pegue alguma coisa sagrada, solene ou muito respeitada e despreze, ofenda ou destrua, de preferência de maneira bem acintosa. Se alguém reclamar, melhor. Você pode dizer que está descontruindo os valores medíocres de uma sociedade burguesa e tal e coisa e tal...., mas tome cuidado para não atacar os valores de alguma minoria bem organizada porque senão o feitiço pode se voltar contra o feiticeiro. Brincar com a torcida do Corinthians, nem pensar.


3- Se as pessoas normalmente têm aversão ou asco profundo por algo, faça-o publicamente e de preferência saboreando cada momento. Se alguém te acusar de mal gosto diga que isso só prova que sua arte tem qualidade, porque ela “incomoda”.


O mais importante em todo o caso é manter a pose, se você mantiver a postura correta e fizer sempre cara de que é alguém bem interessante as pessoas logo vão se convencer da farsa. Se você já for meio exótico mesmo e gostar naturalmente destas coisas, só ajuda, melhor artista que maluco.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Cara de Cão


O auto-retrato é um dos grandes temas da arte mundial. E entre muitas outras coisas a fotografia também o tem por herança. Acho até que é algo orgânico do ser criador.
Eu pessoalmente sou meio avesso a me deixar fotografar, mas entendo bem a questão do auto-retrato. Em meus arquivos existem dezenas deles. Só tive que apresentar um ensaio deste tipo uma única vez e confesso que foi uma experiência bem interessante. Talvez até faça uma coleção para publicar... um dia...Sem dúvida é um ótimo exercício criativo, principalmente se você for obrigado a apresentar a imagem. O auto-retrato é uma busca de identidade, um reconhecimento, mas, sobretudo uma apresentação íntima. Quem já o fez sabe do que estou falando e que as exigências sobem muito.


A fotografia e a realidade estão sempre em disputa. Fotografia não é a realidade, mas usa a realidade como elemento. Nesse ponto sou um fotógrafo da antiga, não uso em meu trabalho a manipulação. Corrijo, mas não transformo o que vi. Me apresento sempre como um “escolhedor”. Escolho a luz, o meio, o momento, o ângulo de visão... Não gosto nem de cortar a imagem... E não é por caretismo, mas como um desafio do meu olhar, do meu criar. Deixar a foto pronta num click! Não levanto bandeiras, apesar de acreditar que para ser um bom fotógrafo não se pode sair mexendo em tudo antes de dominar o click.
Talvez por uma certa falta de habilidade de criar no “branco”. Não sou tão bom em construir, sou melhor escolhendo. Como falava para uma amiga pintora, me dê duas folhas em branco e escolho qual a mais interessante.

As fotos são de Rodrigo Braga. O ensaio se chama “Fantasia de compensação”. Vi este ensaio na Revista Fotosite. Num primeiro momento me pareceu que esse cara também tem algo em comum comigo. Optou por recortar literalmente o real para criar sua identidade. Ainda que me pareça estranho. Não vejo como esse tipo de trabalho poderia ir além da provocação... Faltava algo... Depois de ler o texto, sai caçando o site do fotógrafo. Muito interessante!!
Este ensaio me fez pensar sobre dois aspectos: a identidade e a realidade. A identidade é algo que construímos na intenção de ser real. E como na fotografia, ela perpassa pelo real, mas também é outra coisa. Ambas são um recorte, nosso ou de quem vê.

Vai lá que depois conversamos!




sábado, 24 de janeiro de 2009

FOTOGRAFIA E ARTE

Em 19 de agosto de 1839, a Academia Francesa de Ciências torna pública a invenção da fotografia. O Estado francês adquirira a invenção e a tornava um bem público, livre para exploração de qualquer interessado. O processo fotográfico foi detalhadamente exposto e suas vantagens enumeradas. François Arago, sábio reconhecido pela sociedade e um líder da Câmara francesa, foi quem propôs a compra do invento e sua divulgação ao mundo. Arago previu as grandes possibilidades da fotografia e as transformações que causaria na ciência e no mundo. Em seu famoso discurso na Câmara de ciências afirmou:

“Que enriquecimento viria a arqueologia a receber da nova técnica! Para copiar os milhões e milhões de hieróglifos que cobrem, mesmo no exterior os grandes monumentos de Tebas, Mênfis, de Karnak, etc., seriam precisas vintenas de anos e legiões de desenhadores. Com o daguerreótipo, um só homem poderia levar a bom termo esse imenso trabalho”
(in Freund, 19 - p.39)

E, em tom de profecia, completou:

“De resto, quando os observadores aplicam um novo instrumento ao estudo da natureza, aquilo que eles disso esperam é sempre pouca coisa relativamente à sucessão de descobertas de que o instrumento se torna origem. Neste gênero, é com o imprevisto que devemos contar particularmente”. (in Freund, 19 - p.39)

O pintor Delaroche compartilhava das visões de Arago:

“... é permitido esperar que poderemos realizar mapas fotográficos do nosso satélite. Quer dizer que se executará em alguns minutos uma das tarefas mais delicadas da nossa astronomia.” (in Freund, 1989 p.39)

A apresentação da fotografia na Academia de Ciências foi um grande acontecimento em Paris. A Arqueologia, a Astronomia e a Ciência em geral, seriam as primeiras grandes beneficiadas com o invento. Nos jornais, artigos e declarações proliferavam, não eram apenas os homens de ciências que analisavam as possibilidades da descoberta, também filósofos, artistas e religiosos defendiam posições. Uns contra, outros a favor. Num primeiro momento, a Igreja se coloca contra, a exemplo do artigo publicado num jornal alemão de 1839:

“querer fixar reflexos fugidios não só constitui uma impossibilidade, como demonstram as seríssimas experiências feitas na Alemanha, mas o simples fato de querer tal coisa confina com o sacrilégio. Deus criou o Homem a sua imagem e nenhuma máquina humana pode fixar a imagem de Deus; ser-lhe-ia preciso trair de repente os próprios princípios eternos para permitir que um francês, em Paris, lançasse ao mundo uma invenção tão diabólica”. (In Freund, 1989 p.79)

Muitos críticos, artistas e pensadores de arte também se colocavam contra a fotografia, vista como algo ameaçador para a “arte elevada”. Afinal, por que se preocupar em pintar o real se a fotografia faria melhor? Ou então: seria a fotografia uma nova arte? Apenas sua existência já era motivo para polêmica. As diversas considerações de uso provocavam uma mistura de admiração e temor. A grande maioria dos artistas a recusava como arte, aceitando-a no máximo como um auxiliar subordinado às Artes ou à Ciência. Delacroix, por exemplo, considerava a fotografia como um “auxiliar valioso” para completar o ensino de desenho, mas a rejeitava como arte, o mesmo acontecendo com os pintores históricos que faziam algumas de suas obras com base em daguerreótipos. Ingres, um dos maiores pintores de sua época, considerava a fotografia e os artistas modernos (Romantismo e Realismo) como “profanadores do templo sagrado da arte”, e discursava:

“Querer misturar a indústria à arte, a indústria! Nós não a queremos! Que ela se mantenha em seu lugar e não venha estabelecer-se nos degraus da nossa Escola de Apolo, consagrado apenas às artes da Grécia e de Roma. (in Freund, 1989 p.84)

O surgimento da fotografia coincide com a revolução industrial, sendo deste modo classificada como um produto da indústria. Para muitos havia uma verdadeira “luta” entre a arte e a indústria. Nesta época foi feito em Paris um abaixo assinado de protesto, onde diversos expoentes da arte declaravam que entre a fotografia e a arte nada havia em comum. Os pintores e pensadores em geral valorizavam o fazer manual do artista, enquanto o fotógrafo era apenas um observador do processo. A máquina e os elementos químicos fariam tudo, não cabendo ao fotógrafo nenhum mérito pela imagem criada.
O poeta Baudelaire foi um dos que mais praguejavam contra a fotografia, considerava a invenção como “algo devido à mediocridade dos artistas modernos, bem como refúgio de todos os pintores falhos”. Criticando severamente o fascínio que a sociedade francesa tinha pelo processo fotográfico:

“Em matéria de pintura e estatuária, o credo atual das pessoas de sociedade, principalmente na França (e não acredito que alguém ouse afirmar o contrário) é o seguinte: ‘acredito na natureza e só na natureza (há boas razões para isso). Acho que a arte só pode ser representação exata da natureza (...) Assim, a indústria que nos desse um resultado idêntico à natureza seria a arte absoluta’. Um Deus vingador acolheu favoravelmente os desejos dessa multidão. Daguerre foi seu Messias. E então ela disse para si: ‘como a fotografia nos proporciona todas as garantias desejáveis de exatidão (eles acreditam nisso, os insanos!) a arte é a fotografia’. A partir desse momento, a sociedade imunda precipitou-se, como um único Narciso, para contemplar sua imagem trivial no metal. Uma loucura, um fanatismo extraordinário apoderou-se de todos esses adoradores novos do sol”. (in Dubois, 1994 p.27-28)

Apesar da posição contrária dos artistas muitos acabariam por se tornar fotógrafos ou mesmo se deixavam fotografar. O próprio Baudelaire é o exemplo maior dessa contradição, sendo fotografado várias vezes tanto por Nadar quanto por Carjat. Os artistas e intelectuais foram os primeiros a serem fotografados, já que por sua própria natureza estavam mais dispostos a novidades, vendo-as com menos preconceito. É interessante notar que Nadar, Baudelaire, Delacroix, Gustave Doré, Carjat e muitos pintores e fotógrafos eram amigos. Há um grande número de artistas registrados, desse período, justamente por essa proximidade.
A fotografia pouco abalou os grandes pintores de sociedade, mas atinge de forma devastadora aqueles que trabalham para a baixa e a média burguesia, os fisionotracistas e os miniaturistas. A fotografia surge fazendo forte concorrência comercial, por ser uma novidade e por proporcionar preços muito mais em conta. Desde a Revolução Francesa o retrato se tornara uma mania da burguesia e até certo ponto uma necessidade psicológica. Fazer-se retratar era prova de ascensão social. Antes o retrato (pintado) era um privilégio somente possível a figuras abastadas da sociedade, e deste modo, uma forma de auto afirmação. A miniatura e o fisionotraço eram as formas mais barata de satisfazer tal necessidade.
O perfil do fotógrafo muda várias vezes durante a história. Num primeiro momento, eram cientistas (muitas vezes amadores), já que a fotografia necessitava de vastos conhecimentos de física e química; em seguida, vieram os experimentadores, que, com sua divulgação, se multiplicaram a testar o novo invento; e num terceiro momento, são os artistas (muitos pintores a óleo, miniaturistas e fisiotracistas), falidos pelos fotógrafos. Por volta de 1850, a fotografia já estava suficientemente simplificada para ser utilizada pelas pessoas “comuns” (não cientistas, mas a fotografia só se populariza no final do século XIX), muitos artistas que na véspera eram contra a fotografia, passam a tomá-la como profissão. Os trabalhos desses profissionais apresentavam um acabamento primoroso, sendo hoje considerados como os melhores do período. Fotógrafos como Nadar, Carjat, Le Gray e Robinson eram desinteressados de pretensões artísticas, eram profissionais e por isso mesmo hoje são vistos como artistas.
Em 1855, Courbet faz sua exposição individual, que intitulou “Le Réalisme”, marcando com ela o início do movimento chamado de realismo. Sua intenção era de pintar a natureza como observador imparcial, o mundo visível como seu único domínio, assim desvalorizando a imaginação e, por conseguinte, a arte oficial (o neoclássico) que idealizava a natureza. O realismo tinha sua estética inseparável da filosofia positivista, uma visão científica e social da realidade, ao ponto desses pintores recusarem o rótulo de artistas e preferirem serem chamados apenas pintores. Na mesma época ocorria a primeira exposição da indústria, onde a fotografia tinha um salão especial. Enquanto a exposição fotográfica lotava, a de Courbet era boicotada. Num primeiro momento, o Realismo foi rejeitado pelo grande público.
O Realismo não sofria somente desprestígio com o público, mas também com a crítica, que o considerava como resultado da influência negativa da fotografia. O crítico Delecleze se colocava contra o Realismo e considerava o “gosto pelo naturalismo ser pernicioso para a arte elevada” e associava a fotografia à decadência da arte.
Apesar dos Realistas elogiarem os pintores que desapareciam “por de trás do cavalete”, que separavam a imagem produzida, do artista que a produziu, a exemplo da fotografia. Por outro lado eles também não consideravam a fotografia como arte, pensamento comum a todos os movimentos até o Dadaísmo.
Todos concordavam num ponto: a fotografia era capaz de fazer a reprodução exata da realidade. Um instrumento mimético por suas próprias características de processo. Não havia qualquer dúvida sobre a existência do sujeito retratado. Hoje, esta fidelidade pode ser questionada, mas não a existência de pelo menos parte desse sujeito (aspecto pelo qual a semiologia classifica a fotografia como índice). A fotografia desempregou todos aqueles pintores que procuraram “competir” com ela, inaugurou um novo ramo de atividade criativa e eliminou uma preocupação centenária: a necessidade da mímese. Deste momento em diante, a pintura perde uma de suas grandes funções, a cópia da natureza, do mundo. E neste sentido, muitos consideram a fotografia como a grande libertadora da arte. Agora, o Romantismo poderia justificar sua busca pela emoção e a valorização das cores; o Realismo poderia se preocupar com a verdade e o social; e a pintura poderia se libertar definitivamente da “prisão” do traço.
Possivelmente, a origem da pintura do “borrão” esteja na fotografia, inspirada nos grãos de cloreto de prata dos Daguerreótipos, talvez, os impressionistas tenham descoberto a nobreza da luz ao observar fotografias, tese que deve ser respeitada se lembrarmos que a primeira exposição impressionista foi num estúdio fotográfico (1874), estúdio do mais admirado fotógrafo do século passado, Félix Nadar.
Será que Degas não retirou a inspiração para suas inúmeras cenas de balé ao observar o movimento em uma fotografia? É sabido que ele se utilizava de fotos, como base para alguns de seus estudos. No Futurismo, por outro lado, não há dúvida sobre sua inspiração na fotografia, mais especificamente na cronofotografia. O efeito da velocidade e da simultaneidade que tanto marca a obra futurista. Inegável ao observar obras como “jovem balançando-se”, de Bragaglia e “dinamismo de um cachorro”, de Balla. Mas não havia qualquer intenção de representar o real, afirmava Bagaglia:

“Não estamos interessados nas metas e características da cinematografia e cronofotografia (...) Desprezamos a reprodução exata, mecânica e glacial da realidade, tomando o máximo cuidado em evitá-la. Para nós, ela é um elemento negativo e nocivo, enquanto para a cinematografia é sua essência...” (in Brill, 1988 p. 97)

Picasso também fala sobre a importância da fotografia para a arte:

“Quando você vê tudo que é possível exprimir através da fotografia, descobre tudo o que não pode ficar por mais tempo no horizonte da representação pictural. Por que o artista continuaria a tratar de sujeitos que podem ser obtidos com tanta precisão pela objetiva de um aparelho de fotografia? Seria absurdo, não é? A fotografia chegou no momento certo para libertar a pintura de qualquer anedota, de qualquer literatura e até do sujeito. Em todo caso, um certo aspecto do sujeito hoje depende do campo da fotografia” (in Dubois, 1994 p.31)

Com a fotografia, a arte deixa de ser popular, no sentido comercial. A exemplo do Romantismo, se torna elitizada, restrita a certos círculos. E pelo fato de desvincular-se do comércio, agora, ela pode questionar criticamente a sociedade e a si própria. A vanguarda artística, iniciada no Impressionismo, buscava lentamente sua libertação do real, e obteve sucesso ao chegar no Expressionismo Abstrato e no Construtivismo. Será que esta transformação radical, ocorrida em poucas décadas, seria possível sem o surgimento da fotografia?

Herbert M. Macário
Niterói, 1994

BIBLIOGRAFIA
. ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Ed. Companhia das Letras, 1993.
. BRILL, Alice. Da Arte e da Linguagem. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1988.
. DUBOIS, Philipe. O Ato Fotográfico. Rio de Janeiro: Ed. Papirus, 1994.
. FREUND, Gisèle. Fotografia e Sociedade. Lisboa: Ed. Vega, 1989.
. GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 1994.




A primeira fotografia do mundo, por Nièpce em 1926


Boulevard du Temple, por Louis Daguerre


Poeta Charles Baudelaire, por Carjat



Estojo de um Daguerreótipo


Fotógrafos viajantes começaram a mostrar o mundo para a Europa


"Dinamismo de um cachorro", pintura de Giacomo Balla


As primeiras fotos amadoras com a câmera Kodak Número 1


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Vamos Voltar II




Meu amigo e "Porta", o Herbert
colocou essa letra poesia ai abaixo
como comentário
da minha postagem sobre a volta
eu gostei e achei que devia virar
postagem também
afinal... a vida é assim
nos somos assim
vamos e voltamos sempre
não gostamos de sordidez
nem de cobrança
nem de compromisso
quando não é preciso
compromisso
o que é feito para o prazer
achamos
deve dar prazer
Chico Expedito




Estão chegando
Estão chegando
Os Alquimistas...
Eles são discretos
E silenciosos
Moram bem longe dos homens
Escolhem com carinho
A hora e o tempo
Do seu precioso trabalho...
São pacientes, assíduos
E perseverantes
Executam
Segundo as regras herméticas
Desde a trituração, a fixação
A destilação e a coagulação...
Trazem consigo, cadinhos
Vasos de vidro
Potes de louça
Todos bem e iluminados
Evitam qualquer relação
Com pessoas
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido...
Os AlquimistasEstão chegando...


[Jorge Ben Jor]












Vamos Voltar



Estivemos dormindo
Estivemos fora do ar
E ai Turma?
Está na hora de voltar
Feliz ano novo




4 Portas na Mesa...