sexta-feira, 23 de abril de 2010

Quino (autor de Mafalda)












Paisagem do Interior de Jessier Quirino

Matuto no mêi da pista
menino chorando nu
rolo de fumo e beiju
colchão de palha listrado
um par de bêbo agarrado
preto véio rezador
jumento jipe e trator
lençol voando estendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.


Três moleque fedorento
morcegando um caminhão
chapéu de couro e gibão
bodega com surtimento
poeira no pé de vento
tabulêro de cocada
banguela dando risada
das prosa do cantador
buchuda sentindo dor
com o filho quase parido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.


Bêbo lascando a canela
escorregando na fruta
num batente, uma matuta
areando uma panela
cachorro numa cadela
se livrando das pedrada
ciscador corda e enxada
na mão do agricultor
no jardim, um beija-flor
num pé de planta florido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.


Mastruz e erva-cidreira
debaixo dum jatobá
menino querendo olhar
as calça da lavadeira
um chiado de porteira
um fole de oito baixo
pitomba boa no cacho
um canário cantador
caminhão de eleitor
com os voto tudo vendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.


Um motorista cangueiro
um jipe chêi de batata
um balai de alpercata
porca gorda no chiqueiro
um camelô trambiqueiro
avelós e lagartixa
bode véio de barbicha
bisaco de caçador
um vaqueiro aboiador
bodegueiro adormecido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.


Meninas na cirandinha
um pula corda e um toca
varredeira na fofoca
uma saca de farinha
cacarejo de galinha
novena no mês de maio
vira-lata e papagaio
carroça de amolador
fachada de toda cor
um bruguelim desnutrido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.


Uma jumenta viçando
jumento correndo atrás
um candeeiro de gás
véi na cadeira bufando
radio de pilha tocando
um choriço, um manguzá
um galho de trapiá
carregado de fulô
fogareiro abanador
um matador destemido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.


Um soldador de panela
debaixo da gameleira
sovaqueira, balinheira
uma maleta amarela
rapariga na janela
casa de taipa e latada
nuvilha dando mijada
na calçada do doutor
toalha no aquarador
um terreiro bem varrido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.


Um forró de pé de serra
fogueira milho e balão
um tum-tum-tum de pilão
um cabritinho que berra
uma manteiga da terra
zoada no mêi da feira
facada na gafieira
matuto respeitador
padre, prefeito e doutor
os home mais entendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Artes Plásticas






Artes Plásticas

A 5ª Porta vai de novo a Sobral

Estes são os convites



São os convites para duas exposições do pintor, profissional da saúde e meu sobrinho, Fabio Solon, em Sobral.
Na época, me pediu para escrever um texto, lhe apresentando e apresentando a sua obra, ou seja, me colocou em uma “saia justa”. Me virei como pude, mas com prazer.
Vão aí algumas obras das duas exposições e o texto que fiz para ele.



Difícil, muito difícil... falar sobre a obra artística de quem a gente gosta.

O Fabio diz que fui um dos responsáveis por essa face dele, agradeço a ele a honra, mas não sou eu.

O Fábio é cheio de faces e esta só estava esperando para se mostrar. Em todas, ele se realiza, e em todas, ele é competente e tinhoso. Elas se equilibram e equilibram a sua vida. Seria bom se todos os profissionais (como ele, que é também um excelente dentista), de todas ou qualquer área, se permitissem a arriscar na mistura das cores, dos sons ou no trabalho criativo com as mãos. Não teria nada demais em o Prefeito tricotar muito bem ou o Secretario da Saúde fazer lindos Biscuits.


Mas, vamos à obra.

Tenho um pouco de implicância com alguns intelectuais, acadêmicos e especialistas de arte em geral, que desenvolveram ao longo do tempo um palavreado elaborado e rebuscado, cheio de frases prontas e bonitas para descreverem a obra de algum artista. Às vezes esse palavreado não resiste a uma análise mais atenta simplesmente porque não dizem rigorosamente nada. Tentarei fugir disso.

Não gosto de colocar uma obra de arte na “camisa de força” de um estilo ou gênero, gosto que a criação seja livre, diversificada e que principalmente, parta da necessidade de um encontro com os outros seres humanos, que provoque identificações, emoções e reflexões. Acho que aí está uma das principais funções da arte.


A arte contemporânea tem várias faces, como o Fabio. Poderia dizer que ele... Trabalha dentro de uma linha figurativa, com fortes conotações simbolistas ou até mesmo surrealistas... Mas, pra mim, ele trabalha com o coração e com a sensibilidade, e é por isso que ele me toca. Lembro que no começo, ele tentou imitar o meu traço, não deu certo. Não deu certo porque ele, muito cedo descobriu que tinha outras coisas para falar, diversas das minhas. Coisas suas... Vejo hoje, com felicidade, que faz isso com uma ternura, uma simplicidade e facilidade comovedoras, e principalmente, com um senso estético cada vez mais elaborado e sofisticado.



Suas pinturas são sentidas em vários níveis, os traços e as cores, que a princípio nos remetem a uma alegria e inocência infantil são só uma aparência. Um pouco da alegria e da inocência se perdem já na tentativa de juntar um título à obra, a música, o conto à imagem. Buscar anjos e mensagens torna-se um trabalho árduo. Existe no seu trabalho, colocada de uma forma amorosa, a crítica, a dúvida, o deboche, a melancolia, a reflexão... Os cortes, justaposições e fragmentos tornam-se então, labirintos. O Fabio nos oferece uma arte que transpassa o primeiro olhar e acaba por nos provocar emoções, simples e profundas, mas principalmente tocantes.
Esse é o Fabio.

Parabéns e viva Fabio, viva família, viva amigos, viva Sobral. Estou com saudades”.

Chico Expedito

terça-feira, 6 de abril de 2010

Natureza

Natureza e Santidade


Parte deste texto está no GREENBLOG, e foi escrito por Cristina Amorim. É com um orgulho danado que o 4 Portas presta uma homenagem a esse meu conterrâneo arretado. Sua terra, o Juazeiro, que fica do lado do Crato, está numa das mais belas regiões do Ceará, o Cariri, que, aliás, é verde o ano inteiro. Da-lhe meu Padim.
Chico Expedito

“Juazeiro, além de uma cidade, é nome de uma árvore. E a árvore é um símbolo do sertão e da terra de Padre Cícero.
Padre Cícero era um defensor das matas e de Juazeiro, a cidade e a árvore. Seus preceitos ecológicos - não matar animais, não derrubar, plantar árvores até todo o sertão ser uma mata só - são um exemplo a ser seguido sempre, mas especialmente hoje, quando a bancada da motosserra de Brasília ataca nossas florestas.
Desde a semana passada, os romeiros que prestam homenagem a Padim Ciço em Juazeiro do Norte recebem mudas da árvore Juazeiro, como informa o jornal “Diário do Nordeste“. A intenção é distribuir 1 milhão de mudas. A árvore fica verde até no verão, uma bênção para seus moradores.
Falta agora os deputados federais que querem demolir o Código Florestal abrirem seu coração para os sábios conselhos de Padre Cícero e seguir o exemplo de seus romeiros. Você pode ajudar, repassando esse “santinho” para seus conhecidos.”

Preceitos do meu Padim.

“A benção Padim, cuide de nós, porque maiores são os poderes de Deus!”
1. “Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau.”
2. “Não toque fogo no roçado nem na caatinga.”
3. “Não cace mais e deixe os bichos viverem.”
4. “Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar
para se refazer".
5. “Não plante em serra acima, nem faça roçado em ladeira muito em pé: deixe o mato
protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza.”
6. “Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água da chuva.”
7. “Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta.”
8. “Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra
árvore qualquer até que o sertão todo seja uma mata só.”
9. “Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e
a jurema; elas podem ajudar a você a conviver com a seca.”
10. “Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o
gado melhorando e o povo ter sempre o que comer.”
11. “Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.”
Padre Cícero (1844-1934)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Artes Plásticas




Para animar a semana
Essa bunda vale uma postagem.


Pra semana não ser só santa, andei viajando na internet em busca de Calipígias. Me deparei com farto material. Vão algumas imagens e textos recolhidos... Não se trata de Heresia, afinal, são só religiões e Deuses diferentes.





Vênus Calipígia


“A Vênus Calipígia tinha nádegas perfeitas, que Zeus lhe proporcionara em troca de alguns prazeres ilícitos.
A procura pelo modelo calipígio é constante entre as nossas mulheres, a ponto de um fabricante de jeans ter dito, certa vez, que o Brasil é o único país no mundo em que as mulheres se vestem olhando-se de costas para o espelho.
Por isso a sua marca de jeans procurava modelar as nádegas e era um sucesso no mercado feminino.
Nas academias, a ginástica voltada para os glúteos é predominante e as mulheres lhe dedicam a maior parte do tempo dos exercícios.
Um paradoxo, no entanto, ameaça o corpo feminino idealizado quando os médicos dizem pelos jornais que as brasileiras estão, em média, acima do peso indicado tanto pela medicina quanto pela estética.
Suas nádegas abundantes estão a ganhar volumes que ultrapassam o modelo de Vênus Calipígia. A deusa grega foi substituída por uma mulher chamada Melancia.”
Blog Celso Japiassu

Calipígia, vocábulo oriundo do grego, refere-se a nádegas bonitas e bem proporcionadas. Seu primeiro elemento é "cali-", que significa "belo" - o mesmo que vais encontrar em caligrafia (escrita bonita), calistenia (ginástica para embelezar as formas, o que vem a ser um nome clássico para a "ginástica estética"), calidoscópio (um irmão do telescópio e do periscópio, que consiste num tubo em que podemos ver formas belas - esta forma é preferível a "caleidoscópio").
O segundo elemento é "pyge", que significa "nádegas"; aparece em uropígio (aquela parte da galinha que chamam de sambiquira ou, prudentemente, de sobre) e no horripilante esteatopígia (de "esteato", gordura - a que tem as nádegas cheias de gordura).
Entre as várias estátuas de Vénus que conhecemos, existe a famosa Vénus Calipígia, do Museu Nacional de Nápoles, que retrata uma figura feminina que levanta inocentemente o manto para que seu traseiro fique à mostra. Curiosamente, ou não, até hoje o vocábulo foi aplicado exclusivamente a mulheres, embora nada impeça que venha a ser usado para homens”.
Site – Deu-me para isto...

“Reza a lenda que ela e Marte foram protagonistas do único caso de sexo anal da mitologia. Venus era casada com Vulcano, o Deus Ferreiro, mas o amante a tentava com propostas nada sutis: “Se você me deixar penetrá-la por traz, será a mulher com a bunda mais bela do Olimpo”.
Ela recusou várias vezes o convite. Porem, como Vênus era Deusa do amor e da beleza, houve um momento em que a vaidade falou mais alto. Então ela humilhou o marido, enfrentou a ira dos pais, Júpiter e Dione, e se entregou ao Deus da Guerra, que cumpriu o que prometeu.
Usando o pênis como um cincel, esculpiu em Vênus as nádegas mais bonitas do Olimpo.
Por esse motivo, ela é chamada de Calipígia, termo que vem do grego e que significa, bunda bonita.”
Site – cama redonda


Essa também vale...

Textos e imagens retiradas de outros, na Internet.
Vai aqui o meu agradecimento.

Chico Expedito