terça-feira, 22 de novembro de 2011

Teatro Garagem




No dia 29 de outubro de 2011, no Teatro Garagem em Brasília, foi lançado o livro “A educação pela arte: o caso Garagem”, de Maria Duarte. Infelizmente, por questões de trabalho não pude participar desse momento de encontro e de festa, nem pude rever todas aquelas pessoas, tão importantes para mim e para minha formação. Sinto saudade, até mesmo, dos “inimigos”... Na verdade “inimigos de ocasião”, naquela época, a gente brigava muito na defesa das nossas idéias... “Fazia parte do Show”.
Na mesma noite, aconteceu também o lançamento de um documentário em vídeo e de um catálogo fotográfico intitulado: Teatro Garagem: Celeiro Cultural de Brasília.
“O caso garagem” complementa outro livro da autora, “A educação pela arte: o caso Brasília”, publicado em 1983, agora também relançado.
Os Livros


Esse é o livro sobre o Teatro Garagem.  Brilhante e emocionanteResgate fundamental de um momento importante da cultura Brasiliense. (ver ”minha memória” abaixo)




Esse Livro é oriundo da dissertação de Mestrado em Educação de Maria Duarte. Foi lançado em 1983 e agora relançado, “... ele resgata projetos para áreas da educação e da cultura elaborados, a partir de 1957, para futura Brasília e uma pesquisa histórica sobre o que aconteceu (passados 25 anos), com esses projetos”.
É um livro de fôlego, excepcional e necessário. Tem uma importância incalculável para o resgate do processo educativo e cultural de Brasília. Contemplado com o Prêmio Brasília 25 Anos, foi considerado “obra pioneira e de cunho científico”, conforme parecer da Comissão Julgadora. Tornou-se, leitura obrigatória e fonte de informações para os estudos e pesquisas das futuras gerações de candangos.

A Autora

Foto: Andressa Anholete

Maria de Souza Duarte. Carioca, casada, três filhos e quatro netos. Assistente social, mestre em Educação e pós-graduada em Planejamento da Educação e Administração Cultural. Desde 1970, reside com sua família em Brasília, onde sempre esteve envolvida com pessoas, grupos, instituições e com o desenvolvimento cultural da capital brasileira. Coordenou todo o processo de produção cultural da época em questão, do SESC 913 e Teatro Garagem. E ainda é minha amiga.




Catálogo fotográfico, lançado em comemoração aos 30 anos do Teatro Garagem.
Na ocasião, recolhi algumas manchetes e textos publicados pela imprensa de Brasília.


Símbolo da arte e da resistência

Maria Duarte lança livro sobre o Teatro SESC GARAGEM, que desde 1979 estimula a produção cultural em Brasília.

...“O SESC Garagem nasceu da proposta de integrar arte e educação como forma de estimular o questionamento social e político. Maria Duarte lança a proposta para criação de uma casa que se comprometesse com a sensibilização das pessoas. Para ela, a saída é unir arte e educação: “Tenho como básico entender a cultura como tudo o que resulta do pensar e do fazer do homem; a educação como o processo de transmissão da cultura; e a arte como um recurso educacional”.
Assim, o tripé formação-produção- difusão é o que sustenta a cultura. Segundo Maria Duarte, é preciso dar condições para as pessoas produzirem seus próprios trabalhos. E, para isso, é necessário também ter estrutura física para tanto.
Ela diz ainda que os palcos dos teatros abrigaram, desde sua fundação, “a Brasília que pulsa”, que não se calava apesar de submetida à ditadura militar. “O SESC Garagem foi o espaço de democratização e de luta pelo fim de preconceitos”, relembra.

Maria de Souza Duarte lança livro sobre a experiência do Teatro Garagem
(Trecho de matéria publicada no Correio Braziliense em 27/10/2011) 

Severino Francisco

De meados da década de 1970 até o início da década de 1980, o SESC da 913 Sul foi o endereço mais quente da cultura em Brasília. Era lá que se armava uma resistência, a um só tempo, organizada, festiva, anárquica, experimental, polêmica, educativa e reflexiva ao sufoco do regime militar. Por lá, nasceram, cresceram ou passaram Os Melhores do Mundo, Vidas Erradas, Asdrúbal Trouxe o Trombone, Chico Expedito, Chacal, Nicolas Behr, o Teatro Oficina (de Zé Celso Martinez Corrêa), Hugo Rodas, Humberto Pedrancini, Jorge Mautner, Jards Macalé, Alceu Valença, o projeto Cabeças, o movimento de cineclubes e TT Catalão. Se a resistência política era alegre, as festas também se tornavam acontecimentos políticos. É essa história que a pesquisadora Maria de Souza Duarte reconstitui no livro duplo Arte educação: o caso Brasília e Arte educação: o caso Garagem (Ed. UnB), a ser lançado no sábado, às 20h, durante a entrega do Prêmio SESC de Teatro.


O caso Brasília é uma reedição do livro escrito a partir de uma dissertação de mestrado defendida na Universidade de Brasília. Durante o lançamento, será exibido um documentário sobre o Teatro Garagem, com depoimentos de 77 pessoas que participaram da experiência, e apresentado um catálogo de fotos produzido pelo designer Hugo Rocha. Maria Duarte dirigiu o SESC da 913 Sul de 1970 a 1982 e, ao ser homenageada em 2009, recebeu o convite para escrever a história do reduto da cultura brasiliense daquele período. “Resolvi acoplar os dois livros porque a experiência do Teatro Garagem foi de educação pela arte, inspirada pelos mesmos princípios de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, que nortearam o sistema de ensino nos tempos pioneiros de Brasília”, justifica. A história de O caso Brasília cobre o período de 1957 a 1982, e a de O caso Garagem avança de 1970 até 2000.

O SESC da 913 Sul foi um espaço importante pela capacidade de articulação, ousadia e compromisso com a questão cultural de Brasília. 


MINHA MEMÓRIA


Como disse a Zezé Cunha, em algum momento do seu depoimento... “A gente era feliz e sabia”. Belo e rico momento das nossas vidas, a experiência do Garagem e do SESC 913.  Aquela equipe tomou para si a responsabilidade de encabeçar e encaminhar o processo cultural de toda uma cidade, isso nos anos ainda difíceis, no final da década de 70 e começo da de 80. E não era uma cidade qualquer... Era a Capital da República.
É preciso que se diga que aquela equipe, teve o privilégio de trabalhar e conviver com uma cabeça iluminada e abençoada... Maria Duarte estava lá, para coordenar e colocar alguma ordem no caos, para objetivar e dar sentido a toda aquela loucura, a toda aquela energia e emoções de bichos soltos.
Humberto Pedrancini definiu bem àquele momento... “A gente estava somente ocupando os espaços...” De fato, a gente ia fazendo e ocupando os espaços que víamos como possíveis, respondendo quase sempre a uma provocação da Maria, ou alguma provocação externa que nos incomodava... Da minha parte, os objetivos eram imediatos, não pensava em nada como um processo, não tinha nenhum fim especifico, ou objetivo em longo prazo muito claro na cabeça, simplesmente ia fazendo... Mas sempre, com a certeza absoluta de que aquilo era necessário, acertando e errando, mas principalmente aprendendo muito.
Artes Plásticas, Musica, Artes Cênicas, Laser, Educação Física, Gastronomia, Cenotecnica, Artes Marciais, Cinema... “Tudo junto e misturado”, como alguém falou. Fomos pioneiros em Brasília, assistindo, dando guarita e dando o devido valor às demandas da sociedade, como o movimento negro, a causa feminina, o movimento Gay, a terceira idade... E acabamos por construir um ícone da cidade, o Teatro Garagem, que já fez 32 anos em uma cidade de 50... É pura história e está lá para nos lembrar que as mudanças são possíveis. Isso tudo, em uma Instituição, na época, considerada “careta”, o que era fato. Mas aí entrava, de novo, o talento da Maria Duarte, capaz de nos representar, defender, justificar e aparar todas as arestas provocadas pelas nossas ações junto à “Instituição SESC”.
Tudo isso, toda essa historia está brilhantemente contada no livro, “A educação pela arte - o Caso Garagem”. Agora com a devida distancia, a autora coloca para nós, que estávamos lá e para o público em geral com clareza e simplicidade impressionantes, a importância daquela época e daquele trabalho para a nossa formação e para o processo cultural da cidade, que seguiu influenciada pelas nossas ações. Não sei se hoje, as novas gerações, tem uma idéia clara dessas boas influências que tiveram do  passado... As coisas mudaram, a época é outra, tudo é mais burocrático, compartimentalizado, desfragmentado, personalizado, descaracterizado, pasteurizado, etc. Nós artistas, não somos independentes (talvez nunca tenhamos sido, todas as vezes que tentamos, fomos isolados). Os projetos obedecem a regras muito rígidas e nós nos submetemos a elas, a cultura já nasce engessada desde os editais de financiamento, e continuamos a depender deles... Temos que continuar o trabalho, é a nossa profissão e nossa sina. Hoje, para piorar tudo, vivemos a “cultura das celebridades”, que emburrece e nivela tudo por baixo. Só os escolhidos da mídia, tem algum valor de escambo. A arte, parece, deixou de exercer a sua função principal, que é a do encontro, da identificação entre os seres, da pesquisa, da descoberta, do coletivo, de quando o processo às vezes, era mais importante que o resultado, agora tudo é muito personalista... Trocou-se o debate com os artistas, pelo “culto” aos artistas, é estranho.  “Não sei... Só sei que é assim”... Aquela época foi determinante para minha geração, para o meu Grupo Katharsis, para meus companheiros de sempre, Marisa Castro, Graça Veloso, Sergio Vianna e outros...  Tenho a convicção de que fizemos a nossa parte (não só os citados, mas todos os envolvidos) e na hora em que precisava ser feita. Para mim, aquele momento deu sentido, objetivou e reafirmou minhas convicções para o trabalho de toda vida, eu continuo brigando e muitas vezes, ainda pelas mesmas coisas (daí minha opção de fazer teatro longe dos grandes centros). Valeu à pena ter vivido Brasília naquela época.
Para fechar com brilhantismo o evento do dia 29, e para lembrarmos todas as caras e todas as emoções, o SESC aproveita e lança um belo catálogo fotográfico em comemoração aos 30 anos do Garagem, o catalogo consegue ilustrar bem aquele  momento.
Acho da maior importância o resgate proporcionado por esse trabalho, como o é também o de outras obras já publicadas em Brasília, focando outros momentos e outras experiências daquela época. De minha parte, tenho o maior orgulho de ter participado daquilo tudo.

Chico Expedito – Rio/novembro/2011

Fotos



Quando ainda era uma garagem vazia


Inauguração – Humberto Pedrancini, Chico Expedito, Maria Duarte, Bené Setenta, Xavier e Nivaldo Ramos


Inauguração 




                  

    O Teatro Garagem hoje





sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Se Deus tivesse falado

Baruch Espinosa




"Para de ficar rezando e batendo o peito!
O que eu quero que faças é que saias
pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que você mesmo construiu e que acredita ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Para de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais dizer a mim como fazer meu
trabalho?
Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Para de me pedir perdão, não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de
incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por ser como tu és, se Eu sou quem te fez?
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são
artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja tua guia.
Amado meu, esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no
caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único
que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre, não há prêmios nem castigos, não há pecados nem virtudes, ninguém leva um placar, ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para criar na tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um
conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única
oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás
aproveitado da oportunidade que te dei.
E se há, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar, Você gostou?... Divertiu-se? O que foi o que você mais gostou? O que você aprendeu?
Para de crer em mim, crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que você
acredite em mim, quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Para de louvar-me, Que tipo de Deus ególatra você acredita que Eu sou?
Me aborrece que me louvem, me cansa que me agradeçam. Você se sente
grato? Demonstrá-lo cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me
louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram
sobre mim. A única certeza é que você está aqui, estás vivo, e este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?
Não me procures fora, não me acharás.
Procura-me dentro... aí estou, batendo em ti."


Bento de Espinosa (também Benedito de Espinosa - Baruch Espinosa), 24 de novembro de 1632, Amsterdã - 21 de fevereiro de 1677, Haia. Foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried. Nasceu em Amsterdã, nos Países Baixos no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.
A sua familia fugiu da Inquisição de Portugal. Foi um profundo estudioso da Bíblia, do Talmude e de obras de grandes judeus como Maimónides, Ben Gherson, Ibn Ezra, Hasdai Crescas, Ibn Gabirol, Moisés de Córdoba e outros. Também se dedicou ao estudo de Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro, Lucrécio e também Giordano Bruno. Ganhou fama pela suas posições de panteismo (Deus, natureza naturante) e monismo neutro, e ainda devido ao fato de sua ética ter sido escrita sob a forma de postulado e definições, como se fosse um tratado de geometria.  (Fonte - Wikipédia)

sábado, 10 de setembro de 2011

God of War

God of War

Bem...navegando na rede, acidentalmente achei esse “Trailer”. Adorei!















Este é um filme que gostaria de ver...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

5a Porta

O Pópôpó e o Pópôquim


Da série regionalismos, vai essa das Minas Gerais. Trata-se do Dicionário Mineirês/Português, retirado de um autor anônimo da internet, que assegura ser o guia definitivo para entender os Mineiros.

Vamos nessa:

PRESTENÇÃO

É quano eu tô falano iocê num tá ovino.

CADIQUÊ?

Assim, tentanu intendê o motivo.

CADIM

É quano eu num quero muito, só um poquim

DEU

O mez qui "di mim". Ex.: Larga deu, sô!

Fim de quarqué frase. Qué exêmpro tamem? Cuidadaí, sô!

O mez qui "pena", "cumpaxão" : "ai qui dó, gentch...!!"

NIMIM

O mez qui in eu. Exempro: Nòoo, ce vivi garrado nimim, trem!... Larga deu, sô!!...

NÓOO

Num tem nada a vê cum laço pertado, não! Omez qui "nossa!.." Vem de Nòoosinhora!...

PELEJANU

Omez qui tentanu: Tô pelejanu quesse diacho né di hoje, qui nó! (agora é nó mez!)

MINERIM

Nativo duistadiminnss.

UAI

Uai é uai, sô... Uai!

ÉMÊZZZ?!

Minerim querêno cunfirmá.

NÉMÊZZZ?!

Minerim querêno sabê si ocê concorda.

OIAQUI

Minerim tentano chama atenção pralguma coizz...

PÃO DI QUEJU

Iosscêis sabe!.... Cumida fundamentar qui disputa com o tutu a preferêca dus minêro

TUTU

Mistura de farinha di mandioca (o di mio) cum fejão massadim. Bom dimais da conta, gentch!!..

TREIM

Qué dize quarqué coizz qui um minerim quizé! Ex: "Já lavei US Trem!" "Qui trem bão!!"

NNN

" Gerúndio du minreis. Ex: "Eles tão brincannn", "Cê tá innn, eu tô vinnn...”

PÓPÔPÓ?

Mineira perguntando pro marido se Pode Pôr o Pó.

PÓPÔPOQUIM

Resposta afirmativa do marido.

JISGIFORA

Cidadi pertin du Ridijanero. Cunfunde a cabeça do minerim que si acha qui é carioca.

DEUSDE

Desde. Ex: "Eu sô magrelin deusde rapazin!"

ISPÍA

Nome da popular revista "VEJA"

ARREDA

Verbu na form imperativ (danu órdi), paricido cum saí. "Arredaí, sô!"

"IM"

Diminutivo. Ex: lugarzim, piquininim, vistidim, etc.

DENDAPIA

Dentro da pia.

TRADAPORTA

Atrás da porta.

BADACAMA

Debaixo da cama.

PINCOMÉ

Pinga com mel.

ISCODIDENTE

Escova de dente.

PONDIÔNS

Ponto de ônibus.

SAPASSADO

Sábado passado.

VIDIPERFUME

Vidru de perfume.

OIPROCÊVÊ (ou OPCV)

Óia procê vê

TISSDAÍ

Tira ISS daí.

CAZOPÔ

Caxa disopor.

ISTURDIA

Otru dia.

PROINOSTOINO?

Pronde nós tamo inu?

CÊSSÁ SÊSSE ONS PASSNASSAVASS?

Ocê sabe se esse ônibus passa na Savassi?

BELZONTE

Capitar do istado.

terça-feira, 12 de julho de 2011

5a Porta



4 Portas na Mesa




Essa aí foi a última reunião das 4 Portas. Pelo semblante grave das criaturas se imagina que o assunto era muito sério.
A foto é do Herbert Macário e estamos em uma livraria no centro do Rio.

5ª Porta

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tema Junho


Os Santos e as Festas

E a historia se repete. No solstício do verão, dia 24 de junho (segundo o calendário Juliano), havia uma festa popular e pagã que num esforço espetacular da igreja foi cristianizada na Idade Média, fazendo surgir assim a Festa de São João. Melhor ainda, juntaram-se outros santos do mês, Antonio e Pedro e aí o mês ficou uma animação só.
Antes chamadas de Festas Joaninas, no Brasil passaram a serem chamadas de Festas Juninas em função do mês em que elas ocorrem.
A tradição insiste em chamar esses Santos de festeiros, embora não haja nada em suas biografias que prove essa afirmativa. São João Batista, por exemplo, nunca me pareceu um santo festeiro, a imagem particular que tenho dele com aquele cabelão e suas roupas ripongas é a de um “doidão” de época, chegado a incensos e ervas.
É claro, existem outras teorias: Uma delas, tipo “teoria da conspiração”, afirma que a origem das festas e danças no dia 24, seria uma comemoração de Herodes e sua corte, pela morte de São João, inclusive que, o casamento de araque da Quadrilha, seria um arremedo do seu casamento com a cunhada, também de araque, um escândalo na época.
Mesmo assim as festas não deixam de ter sua graça e estão carregadas de curiosidades e por mim que sou nordestino, vão existir para sempre.


As fogueiras juninas são também de origem européia e pagã, e também para celebrar o solstício de verão. Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã afirma que suas raízes estão em um acordo feito pelas primas Maria (mãe de Jesus) e Isabel (mãe de João). Para avisar Maria sobre o momento do nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira na porta de sua casa.
Fala-se também que, já que São João adora uma festa, é preciso que haja muitos fogos para despertar São João e uma fogueira muito bonita para ele ficar feliz. Conforme a tradição, diz-se também que as fogueiras e o barulho dos fogos  “são usados para afugentar o demônio nessa fase perigosa da transição entre duas estações”.
Ainda em relação as fogueira, sabe-se que o fogo é tido como símbolo de purificação desde a antiguidade. Cada santo, no entanto tem a sua fogueira especifica.
A de São João ela deve ter uma base redonda, fazendo a fogueira ser cônica, em formato de Pirâmide.
Santo Antonio já gosta dela com uma base quadrada, também conhecida como chiqueirinho.
A fogueira da Festa de São Pedro tem a base triangular e ela mesma deve ser triangular.
 
Os balões também fazem parte da tradição da festa, coisa de portugueses, hoje execrados, com razão, não os portugueses, é claro. Antigamente, papéis com pedidos e desejos eram atados aos balões e quando subiam aos céus também serviam para avisar que os festejos iriam começar.
Os festejos coincidem no nordeste com a colheita do milho e para comemorar uma boa colheita, nada como fazer iguarias próprias da época, receitas  passadas de geração a geração que acabaram se tornando comidas típicas da época como: canjica temperada com cravo, canela e amendoim; pamonha cozida na própria folha do milho, pamonha assada, temperada com queijo; milho assado; pau-a-pique, pé-de-moleque, mingau de milho verde, não podendo faltar o quentão feito com cachaça e gengibre.




O mastro de São João, conhecido também como o mastro dos Santos é erguido durante a festa junina para celebrar os três santos ligados a essa festa. No Brasil, no topo de cada mastro são amarradas três bandeirinhas simbolizando os santos, é uma prática cristã, porem mais uma vez, o levantamento do mastro tem sua origem no costume pagão de levantar o "mastro de maio", ou a árvore de maio, costume ainda vivo em algumas partes da Europa. O mastro originou outra brincadeira das festas, o famoso “pau de sebo”, que traz uma prenda na ponta e desafia os brincantes a subir em um pau deslizante.






A quadrilha era uma dança de salão francesa para quatro pares.  No século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com as danças brasileiras já existentes e sofreu subsequentes evoluções. Inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, floresceu de forma mais marcante no meio rural, daí seu tradicional figurino, tornando-se a dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste.





Diria que evoluiu até demais, hoje em festivais de quadrilha pelo país a fora. O que se vê às vezes não se pode mais chamar de quadrilha, existem prêmios separados para categorias várias, como Luxo, punk, tradicional, etc. Acho que algumas tradições devem ser quebradas e de forma rápida, no caso dessa, preciso me convencer. Não vejo nenhuma qualidade agregada a essa evolução.



Enfim, Os Santos

"Com a filha de João/Antônio ia se casar/mas Pedro fugiu com a noiva/na hora de ir para o altar".
Cantiga de roda cantada em todo país nas Festas Juninas em homenagem a Santo Antonio (dia 13), São João (dia 24) e São Pedro (dia 29).
Santo Antonio
santinho
Normalmente sua figura é representada carregando o menino Jesus em seus braços.
Afresco em igreja de Pádua

Conhecido como santo casamenteiro, que preserva e protege o amor, é também o santo que encontra coisas perdidas. Por causa de sua fama de casamenteiro logo caiu nas graças do povo. A intimidade do povo com o santo é tanta que, quando ele não corresponde aos pedidos, os crentes costumam castigá-lo, colocando sua imagem de cabeça para baixo, afogando-a em água ou lhe tirando o menino Jesus dos braços, até que o pedido seja cumprido.





Pintura de Antonio Bambino Guercino

Imagem não identificada
Santo Antonio era português e nasceu em 1195 em Lisboa. Morreu com apenas 36 anos em Pádua, na Itália.
São João Batista

Santinho
A imagem de São João Batista é sempre apresentada como um menino com um carneiro no colo, porque foi quem anunciou a chegada do cordeiro de Deus.

Bandeira
Bandeira que é colocada em cima do mastro.





pintura de Caravvagio


Leonardo da Vince




de Giovanni Francesco Barbieri

São João é um santo muito popular, segundo a Bíblia, era primo em segundo grau de Jesus, pois Isabel era prima de Maria. João Batista batizou Jesus nas águas do Rio Jordão.



  De Sandro Botticelli – Maria com Jesus e João

Pintura de Giampietrino – Maria com Jesus e João

São João é conhecido como protetor dos casados, das mulheres grávidas e enfermos,principalmente no que se refere a dores de cabeça e de garganta.

de VictorMartírio de São João- Pintura  Meirelles




São João Batista reencarnação de Elias – autor não identificado

João foi preso em Pereia, provavelmente pela liderança de uma revolução, a mando do Rei Herodes no mês 6 do ano 26 DC. Foi mantido preso por dez meses. A concubina de Herodes, através de sua filha Salomé consegue coagir o Rei na morte de João. Sua cabeça lhe foi entregue em uma bandeja de prata e seu corpo queimado numa fogueira. Sua cabeça, perdida e achada três vezes constitui relíquia cristã em algum lugar do mundo. Aliás, consta que há mais de uma cabeça.

São Pedro

 


Santinho

Bandeira

São Pedro é o protetor das viúvas e dos pescadores.  Foi pescador e é considerado guardião das chuvas e porteiro do céu. Por isso é geralmente representado com chaves na mão.

Pintura de El Greco

de Petrus Durer

Pedro nasceu no século I AC e morreu por volta de 67 DC em Roma (Há controvérsias). Foi um dos doze apóstolos de Jesus e é considerado pelos católicos o primeiro Bispo de Roma, logo o primeiro Papa da Igreja Católica.

Perugino – pintura da Capela Sistina – Jesus entrega as chaves do céu


A negação de Pedro - Caravaggio



Crucificação de Pedro - Caravaggio
Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. O martírio ocorreu por volta do dia 13 de outubro, a data da comemoração (29), seria a do traslado do seu corpo. Seus restos mortais, dizem, se encontram hoje nas catacumbas da Igreja de São Pedro no Vaticano.
O folclore    popular afirma que Santo Antônio é dos namorados, São João dos casados e São Pedro dos viúvos, sendo assim, vamos à festa.
Chico Expedito