segunda-feira, 29 de junho de 2009

Reflexões


Ainda sobre o... O Pop não poupa ninguém.



Achei esse comentário uma bobagem. Um exagero, uma mitificação às avessas e metida a inteligente.
“Diz-se da pornografia...” Quem disse isso da pornografia foi no mínimo ofensivo aos colegas que trabalham e sobrevivem através dela e mais ofensivo ainda com quem os consome. Opinião despropositada e descomunalmente apressada. Sinceramente, não acho o sexo, mesmo o pornográfico, nem a sua exploração, nem o seu consumo uma coisa definitivamente afastada do humano.
Desculpem, mas eu tambem não estou desfigurado, nem desfigurei ninguém, nem acho que ninguém o desfigurou. Ele sim, se desfigurou, mas todos somos capazes de o entender... . Também não acho que... “a fama cria bodes expiatórios”. A fama em si, não cria nada, a não ser noticias, que às vezes são instrutivas e interessantes, mas a maioria das vezes, puras enganações. Os Bodes expiatórios... Acho que eles mesmos se deixam criar... Já os artistas criam apenas obras de arte e às vezes elas se tornam eternas.
“Um homem derramou a sua beleza...” E eu apenas a admirei, a consumi e reconheci seu valor. Acho que também estou dentro do “nós” (já comentando os comentários), talvez com outra postura.
Comentando os comentários, acho que... Não dá para dizer que o mundo se tornou impossível de viver sem a presença de uma criatura, apenas porque essa criatura existiu, por maior que ela seja. O mundo e as cabeças do mundo ficam muito pequenas assim. Aceitar o jogo da fama tambem não merece uma reflexão tão profunda, é simplesmente uma coisa boba e às vezes doente. Já a pornografia, é um trabalho, um meio de vida e às vezes uma necessidade bastante humana, assim como ser chocólatra, alcoólatra ou fumante. Acho.

Gosto da ultima postagem do Herbert e concordo com quase tudo. Me incomoda um pouco definir um artista como decadente ainda em vida, isso sim, não me parece uma coisa inerente ao ser humano, ficar decadente. Voltas e voltas o mundo dá, enquanto se está entre nós, nesse mundo conhecido, tudo é possível, inclusive o fato de que o que estamos enxergando como decadência, seja o que esta o tornando melhor.

Também achei às reações à morte do astro um pouco fora da medida.
Não entendi. Gostava dele e da sua obra também... Pelo menos em alguns momentos de sua trajetória . Nada que houvesse mudado a minha vida ou me tocado muito, mas reconhecia sua importância. Muitos artistas me tocam e sinto as suas mortes. No entanto, não consigo separar muito o artista da sua obra, e acho que talvez sinta a interrupção da obra, mais do que a falta do artista. Pelo menos sobra o que eles nos legam.
Nunca entendi essa coisa do fã descontrolado. Acho desproporcional e exagerada a mitificação que se faz em cima da figura do artista, no lugar da importância da sua obra. Acredito que é a sua função espalhar beleza, entretenimento ou consciência, com a mesma naturalidade que o agricultor espalha as sementes do feijão. O feijão e a arte são alimentos dos humanos.
Muita paz.
Chico Expedito

3 comentários:

ST.Machado disse...

Gostei Chico, belo comentário.

Resalvo pois, já que o Brabo mesmo não vai fazer isso.

Há diferenças de opinião que só cabe respeitar, uma vez que não são uma questão de argumento ou falta de conhecimento, mas modos de ver a vida.

Mas creio que vale pelo menos comentar que o fato de alguém sobreviver às custas de algo que outros consomem ou praticam não torna essa coisa dignificante por si só. Seria um bom argumento para traficantes.

Não creio também que ter seu próprio sistema de valores tenha que ser ofensivo pra quem quer seja maduro o bastante para sustentá-los. Talvez chamar o comentário de alguém de bobagem metida a inteligente possa ser ofensivo, mas as próprias opiniões são apenas gente ocupando seu espaço no mundo, sempre haverão aos montes.

Também não creio que por algo ser "humano", tenha necessariamente que ser dignificante. Isso é claro também uma questão de valores pessoais. Algo que quase todo mundo tem lá os seus.

Quanto ao resto, como disse, cabe a cada um seu ponto de vista. Eu mesmo, gosto do texto.

Pelo que conheço das outras coisas ditas pelo autor não creio que com o nós estivesse incluindo todo mundo, mas de uma coisa mais vaga com relação à sociedade. Ele mesmo dificilmente me parece que poderia ser um fã de MJ.

Se não ficou claro explico. "impossível viver num mundo em que ele não existisse, da mesma forma que ficou impossível viver num mundo sem a questão palestina", ou seja, estas coisas simplesmente estão lá, não podemos fingir que não existem, de alguma forma temos que nos posicionar com relação a elas.

Paz maninho,e um abraço.

Chico Expedito disse...

Caiu na rede é peixe rapaz.
Escreveu não leu, o pau comeu.
Se escrevo alguma coisa tão pública, não espero que sejam totalmente educados e carinhosos comigo, isso é humano. Dizer que o que eu escrevo é bobagem e pretensioso de uma forma educada, usando de maneirismos é a mesma coisa de dizer que ela é bobagem com todas as letras.
A questão é que eu particularmente sou um sujeito confuso, as coisas e as pessoas me confundem e o que elas dizem também. Acho que se devia respeitar mais as palavras. Não custava nada às pessoas economizarem um pouco as palavras. Só porque existe espaço para elas serem escritas, não creio que seja uma boa justificativa para escrevê-las. Acho que aí é começa toda essa confusão.
Sei que é só implicância, mas tem gente lá na Serra da Meruoca que não sabe quem é ou o que foi MJ.
Humano é humano, não estava em discussão se era dignificante ou não. Comparar os pornografos com os traficantes é bobagem.

Chico Expedito disse...

Esqueci.
Paz, muita paz meu irmão.