segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tema Junho


Os Santos e as Festas

E a historia se repete. No solstício do verão, dia 24 de junho (segundo o calendário Juliano), havia uma festa popular e pagã que num esforço espetacular da igreja foi cristianizada na Idade Média, fazendo surgir assim a Festa de São João. Melhor ainda, juntaram-se outros santos do mês, Antonio e Pedro e aí o mês ficou uma animação só.
Antes chamadas de Festas Joaninas, no Brasil passaram a serem chamadas de Festas Juninas em função do mês em que elas ocorrem.
A tradição insiste em chamar esses Santos de festeiros, embora não haja nada em suas biografias que prove essa afirmativa. São João Batista, por exemplo, nunca me pareceu um santo festeiro, a imagem particular que tenho dele com aquele cabelão e suas roupas ripongas é a de um “doidão” de época, chegado a incensos e ervas.
É claro, existem outras teorias: Uma delas, tipo “teoria da conspiração”, afirma que a origem das festas e danças no dia 24, seria uma comemoração de Herodes e sua corte, pela morte de São João, inclusive que, o casamento de araque da Quadrilha, seria um arremedo do seu casamento com a cunhada, também de araque, um escândalo na época.
Mesmo assim as festas não deixam de ter sua graça e estão carregadas de curiosidades e por mim que sou nordestino, vão existir para sempre.


As fogueiras juninas são também de origem européia e pagã, e também para celebrar o solstício de verão. Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã afirma que suas raízes estão em um acordo feito pelas primas Maria (mãe de Jesus) e Isabel (mãe de João). Para avisar Maria sobre o momento do nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira na porta de sua casa.
Fala-se também que, já que São João adora uma festa, é preciso que haja muitos fogos para despertar São João e uma fogueira muito bonita para ele ficar feliz. Conforme a tradição, diz-se também que as fogueiras e o barulho dos fogos  “são usados para afugentar o demônio nessa fase perigosa da transição entre duas estações”.
Ainda em relação as fogueira, sabe-se que o fogo é tido como símbolo de purificação desde a antiguidade. Cada santo, no entanto tem a sua fogueira especifica.
A de São João ela deve ter uma base redonda, fazendo a fogueira ser cônica, em formato de Pirâmide.
Santo Antonio já gosta dela com uma base quadrada, também conhecida como chiqueirinho.
A fogueira da Festa de São Pedro tem a base triangular e ela mesma deve ser triangular.
 
Os balões também fazem parte da tradição da festa, coisa de portugueses, hoje execrados, com razão, não os portugueses, é claro. Antigamente, papéis com pedidos e desejos eram atados aos balões e quando subiam aos céus também serviam para avisar que os festejos iriam começar.
Os festejos coincidem no nordeste com a colheita do milho e para comemorar uma boa colheita, nada como fazer iguarias próprias da época, receitas  passadas de geração a geração que acabaram se tornando comidas típicas da época como: canjica temperada com cravo, canela e amendoim; pamonha cozida na própria folha do milho, pamonha assada, temperada com queijo; milho assado; pau-a-pique, pé-de-moleque, mingau de milho verde, não podendo faltar o quentão feito com cachaça e gengibre.




O mastro de São João, conhecido também como o mastro dos Santos é erguido durante a festa junina para celebrar os três santos ligados a essa festa. No Brasil, no topo de cada mastro são amarradas três bandeirinhas simbolizando os santos, é uma prática cristã, porem mais uma vez, o levantamento do mastro tem sua origem no costume pagão de levantar o "mastro de maio", ou a árvore de maio, costume ainda vivo em algumas partes da Europa. O mastro originou outra brincadeira das festas, o famoso “pau de sebo”, que traz uma prenda na ponta e desafia os brincantes a subir em um pau deslizante.






A quadrilha era uma dança de salão francesa para quatro pares.  No século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com as danças brasileiras já existentes e sofreu subsequentes evoluções. Inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, floresceu de forma mais marcante no meio rural, daí seu tradicional figurino, tornando-se a dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste.





Diria que evoluiu até demais, hoje em festivais de quadrilha pelo país a fora. O que se vê às vezes não se pode mais chamar de quadrilha, existem prêmios separados para categorias várias, como Luxo, punk, tradicional, etc. Acho que algumas tradições devem ser quebradas e de forma rápida, no caso dessa, preciso me convencer. Não vejo nenhuma qualidade agregada a essa evolução.



Enfim, Os Santos

"Com a filha de João/Antônio ia se casar/mas Pedro fugiu com a noiva/na hora de ir para o altar".
Cantiga de roda cantada em todo país nas Festas Juninas em homenagem a Santo Antonio (dia 13), São João (dia 24) e São Pedro (dia 29).
Santo Antonio
santinho
Normalmente sua figura é representada carregando o menino Jesus em seus braços.
Afresco em igreja de Pádua

Conhecido como santo casamenteiro, que preserva e protege o amor, é também o santo que encontra coisas perdidas. Por causa de sua fama de casamenteiro logo caiu nas graças do povo. A intimidade do povo com o santo é tanta que, quando ele não corresponde aos pedidos, os crentes costumam castigá-lo, colocando sua imagem de cabeça para baixo, afogando-a em água ou lhe tirando o menino Jesus dos braços, até que o pedido seja cumprido.





Pintura de Antonio Bambino Guercino

Imagem não identificada
Santo Antonio era português e nasceu em 1195 em Lisboa. Morreu com apenas 36 anos em Pádua, na Itália.
São João Batista

Santinho
A imagem de São João Batista é sempre apresentada como um menino com um carneiro no colo, porque foi quem anunciou a chegada do cordeiro de Deus.

Bandeira
Bandeira que é colocada em cima do mastro.





pintura de Caravvagio


Leonardo da Vince




de Giovanni Francesco Barbieri

São João é um santo muito popular, segundo a Bíblia, era primo em segundo grau de Jesus, pois Isabel era prima de Maria. João Batista batizou Jesus nas águas do Rio Jordão.



  De Sandro Botticelli – Maria com Jesus e João

Pintura de Giampietrino – Maria com Jesus e João

São João é conhecido como protetor dos casados, das mulheres grávidas e enfermos,principalmente no que se refere a dores de cabeça e de garganta.

de VictorMartírio de São João- Pintura  Meirelles




São João Batista reencarnação de Elias – autor não identificado

João foi preso em Pereia, provavelmente pela liderança de uma revolução, a mando do Rei Herodes no mês 6 do ano 26 DC. Foi mantido preso por dez meses. A concubina de Herodes, através de sua filha Salomé consegue coagir o Rei na morte de João. Sua cabeça lhe foi entregue em uma bandeja de prata e seu corpo queimado numa fogueira. Sua cabeça, perdida e achada três vezes constitui relíquia cristã em algum lugar do mundo. Aliás, consta que há mais de uma cabeça.

São Pedro

 


Santinho

Bandeira

São Pedro é o protetor das viúvas e dos pescadores.  Foi pescador e é considerado guardião das chuvas e porteiro do céu. Por isso é geralmente representado com chaves na mão.

Pintura de El Greco

de Petrus Durer

Pedro nasceu no século I AC e morreu por volta de 67 DC em Roma (Há controvérsias). Foi um dos doze apóstolos de Jesus e é considerado pelos católicos o primeiro Bispo de Roma, logo o primeiro Papa da Igreja Católica.

Perugino – pintura da Capela Sistina – Jesus entrega as chaves do céu


A negação de Pedro - Caravaggio



Crucificação de Pedro - Caravaggio
Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. O martírio ocorreu por volta do dia 13 de outubro, a data da comemoração (29), seria a do traslado do seu corpo. Seus restos mortais, dizem, se encontram hoje nas catacumbas da Igreja de São Pedro no Vaticano.
O folclore    popular afirma que Santo Antônio é dos namorados, São João dos casados e São Pedro dos viúvos, sendo assim, vamos à festa.
Chico Expedito

2 comentários:

Maria José Speglich disse...

Olá! Tudo bem?

Você sabia que Caravaggio foi assassino?
Tenho um post sobre isso:

http://speglich.blogspot.com/2011/06/caravaggio-sacrificio-de-isaac-sobre.html

Abraços!

Maria José Speglich disse...

Desculpe-me, mas te passei errado o link

o verdadeiro é este:
http://speglich.blogspot.com/2008/08/beleza-enfraquece-iluso-fatal-o.html