quarta-feira, 22 de junho de 2011

Reflexões

Isso é a nossa cara


Estou inspirado... Enquanto escrevo, a televisão ligada no domingo à tardinha ficou esquecida no Faustão, o supra-sumo de tudo. Escrevo sobre a postagem do Xexéu aí em baixo que entrou na 5ª Porta. O colunista sofre com o preconceito (acho que se ele diverte) dos intelectuais de plantão, seja de que lado for ou de qualquer tendência. Pra mim, dessa vez, ele acertou em cheio.
Nós humanos temos tendência a criar mitos, penso que o que não estamos sabendo é o que ou quem mitificar. Estamos em uma época que se mitifica com muita facilidade. Estou tentando refletir sobre o que ele escreveu e tristemente chego à conclusão que tudo isso está ficando a nossa cara. Tento livrar a minha de vez em quando, às vezes eu consigo.
A verdade é que os discursos dos nossos políticos (que vergonha), artistas (muito huu-huu pra pouco conteúdo), atletas (superfaturados em todos os sentidos), formadores de opinião (arrepio) e celebridades (outro arrepio), tem se esforçado para nivelar tudo por baixo.
Aonde e quando foi que tudo isso começou? De quem é a culpa? É claro que não da para generalizar, mas o fato é que não gosto de pensar que a maioria dos nossos artistas, políticos, formadores de opinião (arrepio), celebridades (outro) e atletas são ou estão mal intencionados, ou pior, se estariam ou seriam simplesmente muito pouco preparados pra expressar suas opiniões com tanta veemência.  Vendo e ouvindo algumas pessoas, me lembro de um livro que li do Umberto Eco, onde um personagem costumava mandar alguém “destampar o rabo”. Recomendava o ato para pessoas que se sentiam muito cheias de si, e acreditava que ao “destamparem o rabo”, seria aliviada a pressão e elas voltariam à condição humana.
Fico pensando de quem é a culpa.
Quando foi que a grande maioria das pessoas normais, se é que existe alguma normalidade ainda. Mesmo porque, hoje pouca gente quer ser normal, ninguém quer viver uma vida simples, ser simples, amar, comer, trabalhar, amar de novo, etc. Há que ter alguma diferença, ser alguma coisa a mais (menos ela mesma) ou ser especial. Ninguém quer passar pelo mundo sem deixar uma marca (como se isso fosse possível).
Quando foi que essas pessoas desaprenderam (ou lhes negaram o direito de aprender) a ler uma obra de arte, a distinguir um bom caráter, ser educado, solidário, menos preconceituoso, menos metido, menos complacente com os desmandos, a não ceder a alguma vantagem, a apreciar uma beleza, qualquer que seja, mas que seja uma beleza de fato. Será culpa do onipresente pós-pós-pós liberalismo em todas as suas facetas (a cara visível do novíssimo capitalismo), que enlouquece e alimenta a mídia a ponto de, quando em vez, não distinguirmos mais o que é ficção e realidade? Quem está lucrando com isso?
Temos dificuldade de intuir o que é verdade, meia verdade ou mentira.  Será falta de uma formação consistente, verdadeira, bem intencionada e séria? Tenho comigo que pode ser tudo junto, me nego a acreditar que seja a mais cândida burrice se estabelecendo como média. Sabe o que é pior, a postagem do Xexéu já virou moda, como tudo, aliás. Já está cheio de gente que “não agüenta” mais essas coisas. Esse tipo de comentário gera um grande circulo de repetição e repetição, até aparecer outra coisa bacana que negue isso ou que seja legal para se dizer por aí.
E tudo fica na mesma, é desanimador.
Seria tão bom se nós, simples mortais, pessoas comuns e consumidoras fossemos mais atentos e curiosos e aprendêssemos a pensar com a nossa própria cabeça. No fundo, tendo a acreditar de verdade, que nem todos são assim, acho que uma maioria silenciosa não acredita nem compactua com essa palhaçada. Quem sabe um dia vamos aprender a falar.
Não sei quem é Luan Santana, mas, também não agüento.
Chico Expedito

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