terça-feira, 26 de maio de 2009

Viva Mangueira








O Mangueira Diniz nos deixou. Estamos todos tristes. Seus amigos, sua família, seus amores, seus filhos... O Teatro em Brasília também ficou triste. Ele nos deixou em um dia daqueles em que a gente não está esperando nada, só o presente do dia passando com pequenas felicidades pessoais, mas nunca uma tristeza dessas, era 23 de maio de 2009.
O Mangueira era uma daquelas figuras que a gente acha que não vai perder nunca, e talvez não vá mesmo. Eu pessoalmente achava que a gente ia ficar velhos, rabugentos e aperreando um ao outro, como só dois bons amigos fazem.
Pois é, ele se foi, e com ele boa parte da amizade, gentileza, generosidade, simplicidade, fidelidade e tantas coisas mais que andam em falta nesse nosso mundo.
Ele era assim, e mais ainda... Era brincalhão, estudioso, observador, competente, persistente, incansável e sacana... Uma alma pura, ingênua, mais não besta. Além disso, era um artista sensível, poeta, contador de causos, ator, diretor de teatro. Fundamental na história, curta ainda, da cultura no Distrito Federal.
Pra ele que me deu tanta coisa, agora só posso dar minha saudade e amor eterno. Fala
Mangueira.










Ricardo III de Shakespeare

Esses são alguns trabalhos que fez comigo em Brasília e no Rio. Pena eu não ter registros dos seus trabalhos mais importantes em Brasília, Trabalhos inesquecíveis e formadores da cultura candanga como Esperando Godot e Bella Ciau na Oficina Perdiz ou Dias Felizes no Lago Paranoá... Dentre outros.
Viva Mangueira.
Chico Expedito

domingo, 24 de maio de 2009

A história da filosofia em 40 filmes

Cinema da Caixa Cultural
Apresenta de 16 de maio de 2009 a 28 de fevereiro de 2010
sábados às 10h30

Caixa Cultural RJ • Cinema 2
Av. Almirante Barroso, 25 • Centro, Rio de Janeiro
Tels.(21) 2544 4080 / 7666 • www.caixacultural.com.br


MODULO 1 - O que é a filosofia?
16.05.09 Rashomon Akira Kurosawa
23.05.09 Persona Ingmar Bergman
30.05.09 Stalker Andrei Tarkovsky
06.06.09 Blow-up Michelangelo Antonioni

MODULO 2 - Questões estéticas
13.06.09 Morte em Veneza Luchino Visconti
20.06.09 Oito e meio Federico Fellini
27.06.09 Cidade dos sonhos David Lynch
04.07.09 Asas do desejo Wim Wenders

MÓDULO 3 - Mito e tragédia
11.07.09 Medéia Pier Paolo Pasolini
18.07.09 Oldboy Chan-wook Park
25.07.09 Ladrões de bicicleta Vittorio De Sica
01.08.09 Crimes e pecados Woody Allen

MÓDULO 4 - O existencialismo
08.08.09 A doce vida Federico Fellini
15.08.09 Estranhos no paraíso Jim Jarmusch
22.08.09 Acossado Jean-Luc Godard
29.08.09 As coisas simples da vida Edward Yang

MÓDULO 5 - O amor em fuga
05.09.09 Aurora F. W. Murnau
12.09.09 A janela indiscreta Alfred Hitchcock
19.09.09 Todas as mulheres do mundo Domingos de Oliveira
26.09.09 O último metrô François Truffaut

MÓDULO 6 - Morte e finitude
03.10.09 Nosferatu, o vampiro da noite Werner Herzog
10.10.09 Hiroshima meu amor Alain Resnais
17.10.09 Paris, Texas Wim Wenders
24.10.09 O sétimo selo Ingmar Bergman

MÓDULO 7 - História e violência
31.10.09 Ricardo III Al Pacino
07.11.09 Macbeth Roman Polanski
14.11.09 Dogville Lars von Trier
21.11.09 Marcas da violência David Cronenberg

MÓDULO 8 - O fascismo hoje
28.11.09 M, o vampiro de Düsseldorf Frizt Lang
05.12.09 Taxi Driver Martin Scorsese
12.12.09 Apocalypse now Francis Ford Coppola
19.12.09 Laranja mecânica Stanley Kubrick

MÓDULO 9 - Cinema e revolução
09.01.10 O anjo exterminador Luis Buñuel
16.01.10 O encouraçado Potemkin Sergei Eisenstein
23.01.10 O homem sem passado Aki Kaurismaki
30.01.10 Nós que nos amávamos tanto Ettora Scola

MÓDULO10 - O cinema nacional e a interpretação do Brasil
06.02.10 São Bernardo Leon Hirzsman
20.02.10 Deus e o diabo na terra do sol Glauber Rocha
27.02.10 Brás Cubas Julio Bressane
28.02.10 Macunaíma Joaquim Pedro de Andrade












quinta-feira, 21 de maio de 2009

As 4 Portas...


ST. Machado


Denis Leão


Chico Expedito


Herbert Macário

terça-feira, 19 de maio de 2009

O POR DE SOL

Quero partir...
Numa praia distante
Longe de tudo
Velho!

Quero sentir a areia fria sob meu corpo
O vento gelado batendo em meu rosto
Aquecido pela barba não feita

Quero ver na minha frente um sol a se por no mar...
Vermelho, vibrante e lento...

Quero estar só no mundo
Esquecido em paz

Quero estar como um jeans rasgado e velho
Aquele que for o mais gostoso e querido
– à vontade –
Sem pressa ou memória
– Esquecido –
Quero não querer nada, não precisar de nada e principalmente não ter nada
Só ser!
– Simples –

Quero beijá-la com amor e respeito
Quando ela, minha doce amiga vier
Terei algo a dizer: Obrigado pelo sorriso que me deste

Quero... não...
Prefiro que o dia termine assim...
Simples e lento
Com um sorriso nos lábios

Herbert Macário


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segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Terra e o Homem




O PODER DO MITO - Chefe Seattle - CAMPBELL, Joseph.

CAMPBELL: O Chefe Seattle deu um dos últimos testemunhos orais da ordem moral paleolítica. Por volta de 1852, o governo dos Estados Unidos fez um inquérito sobre a aquisição de terras tribais para os imigrantes que chegavam ao país, e o Chefe Seattle escreveu em resposta uma carta maravilhosa. Essa carta expressa, na verdade, toda a moral da nossa conversa.

“O Presidente, em Washington, informa que deseja comprar nossa terra. Mas como é possível comprar ou vender o céu, ou a terra? A idéia nos é estranha. Se não possuímos o frescor do ar e a vivacidade da água, como vocês poderão comprá-los? Cada parte desta terra é sagrada para meu povo. Cada arbusto brilhante do pinheiro, cada porção de praia, cada bruma na floresta escura, cada campina, cada inseto que zune. Todos são sagrados na memória e na experiência do meu povo.

Conhecemos a seiva que circula nas árvores, como conhecemos o sangue que circula em nossas veias. Somos parte da terra, e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs. O urso, o gamo e a grande águia são nossos irmãos. O topo das montanhas, o húmus das campinas, o calor do corpo do pônei, e o homem, pertencem todos à mesma família.

A água brilhante que se move nos rios e riachos não é apenas água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se lhes vendermos nossa terra, vocês deverão lembrar se de que ela é sagrada. Cada reflexo espectral nas claras águas dos lagos fala de eventos e memórias na vida do meu povo. O murmúrio da água é a voz do pai do meu pai.

Os rios são nossos irmãos. Eles saciam nossa sede, conduzem nossas canoas e alimentam nossos filhos. Assim, é preciso dedicar aos rios a mesma bondade que se dedicaria a um irmão.

Se lhes vendermos nossa terra, lembrem se de que o ar é precioso para nós, o ar partilha seu espírito com toda a vida que ampara. O vento, que deu ao nosso avô seu primeiro alento, também recebe seu último suspiro. O vento também dá às nossas crianças o espírito da vida. Assim, se lhes vendermos nossa terra, vocês deverão mantê-la à parte e sagrada, como um lugar onde o homem possa ir apreciar o vento, adocicado pelas flores da campina.

Ensinarão vocês às suas crianças o que ensinamos às nossas? Que a terra é nossa mãe? O que acontece à terra acontece a todos os filhos da terra. O que sabemos é isto: a terra não pertence ao homem, o homem pertence à terra. Todas as coisas estão ligadas, assim como o sangue nos une a todos. O homem não teceu a rede da vida, é apenas um dos fios dela. O que quer que ele faça à rede, fará a si mesmo.

Uma coisa sabemos: nosso deus é também o seu deus. A terra é preciosa para ele e magoá-la é acumular contrariedades sobre o seu criador.

O destino de vocês é um mistério para nós. O que acontecerá quando os búfalos forem todos sacrificados? Os cavalos selvagens, todos domados? O que acontecerá quando os cantos secretos da floresta forem ocupados pelo odor de muitos homens e a vista dos montes floridos for bloqueada pelos fios que falam? Onde estarão as matas? Sumiram! Onde estará a águia? Desapareceu! E o que será dizer adeus ao pônei arisco e à caça? Será o f im da vida e o início da sobrevivência.

Quando o último pele vermelha desaparecer, junto com sua vastidão selvagem, e a sua memória for apenas a sombra de uma nuvem se movendo sobre a planície... estas praias e estas florestas ainda estarão aí? Alguma coisa do espírito do meu povo ainda restará?

Amamos esta terra como o recém nascido ama as batidas do coração da mãe. Assim, se lhes vendermos nossa terra, amem na como a temos amado. Cuidem dela como temos cuidado. Gravem em suas mentes a memória da terra tal como estiver quando a receberem. Preservem a terra para todas as crianças e amem na, como Deus nos ama a todos.

Assim como somos parte da terra, vocês também são parte da terra. Esta terra é preciosa para nós, também é preciosa para vocês. Uma coisa sabemos: existe apenas um Deus. Nenhum homem, vermelho ou branco, pode viver à parte. Afinal, somos irmãos.”
CAMPBELL, Joseph. O PODER DO MITO (p.47)

Fotos de Ansel Adams